506 - DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Eis-me
Eis-me
Tendo-me despido de todos os meus mantos
Tendo-me separado de adivinhos mágicos e deuses
Para ficar sózinha ante o silêncio
Ante o silêncio e o esplendor da tua face
Mas tu és de todos os ausentes o ausente
Nem o teu ombro me apoia nem a tua mão me toca
O meu coração desce as escadas do tempo em que não moras
E o teu encontro
São planícies e planícies de silêncio
Escura é a noite
Escura e transparente
Mas o teu rosto está para além do tempo opaco
E eu não habito os jardins do teu silêncio
Porque tu és de todos os ausentes o ausente
Sophia de Mello Breyner Andresen - Cem Poemas de Sophia - Ed. Visão/JL
7 Comentários:
Obrigada, Amigo, por te lembrares de nós!
AIDA GRADES
:)
Sophia é sempre Sophia!
Tinha-me esquecido que hoje era um dia especial. Obrigada pela lembrança.
É bom ter uma surpresa. Sobretudo se for agradável, como esta.
Obrigada.
Tão bonitos estes versos e tão bonita a tua lembrança neste dia!
Sophia
mãe mulher poesia
As férias na Granja, o mar...
A cidade adoptada.
Obrigada Zé, lembrança do que gosto!
Abç da bettips
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