Trans-Atlântico
1 - adj.- que fica além do Oceano Atlântico ou que o atravessa: s.m. - navio de grande porte que atravessa o Oceano Atlântico.
2 - Antigo programa de rádio (RCS) que divulgava a boa e desconhecida música brasileira.
3 - Um espaço de partilha, amizade e solidariedade.
domingo, agosto 30, 2009
terça-feira, agosto 25, 2009
Miscelânea
V (vê)
V de vulcão V de Vesúvio V de lava
V de livre e livro V de vaga
V de ver (V nunca visto) V tão vivo
V de vinho V de verde
verde vento
Manuel Alegre - Letras - Poesia Nosso Tempo
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INSCRIÇÃO
Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto do mar
Sophia de Mello Breyner Andresen - Cem Poemas de Sophia - Visão JL
quarta-feira, agosto 19, 2009
Manuel Alegre / Manuel da Fonseca
De Portugal para Salvador da Baía
TROVA DO VENTO QUE PASSA
para Antonio Portugal
Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.
Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais ? Ninguém diz.
Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país
Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio - é tudo o que tem
quem vive na servidão.
Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.
E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.
Vi meu poema na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre que ficar.
Vi navios a partir
(Portugal à flor das águas)
vi minha trova florir
(verdes folhas verdes mágoas)
Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.
E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.
Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.
E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.
Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.
Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.
Manuel Alegre - Praça da Canção
Publicações Dom Quixote---
CORO DOS EMPREGADOS DA CÂMARAÉ tão vazia a nossa vida,
é tão inútil a nossa vida
que a gente veste de escuro
como se andasse de luto.
Ao menos se alguém morresse
e esse alguém fosse um de nós
e esse um de nós fosse eu...
...O sol andando lá fora,
fazendo lume nos vidros,
chegando carros ao largo
com gente que vem de fora
(quem será que vem de fora?)
e a gente pràqui fechados
na penumbra das paredes,
curvados pràs secretárias
fazendo letra bonita.
Fazendo letra bonita
e o vento andando lá fora
rumorejando nas árvores,
levando nuvens pelo céu,
trazendo um grito da rua
(quem seria que gritou?)
e a gente pràqui fechados
na penumbra das paredes,
curvados pràs secretárias
fazendo letra bonita,
enchendo impressos, impressos,
livros, livros, folhas soltas,
carimbando, pondo selos,
bocejando, bocejando,
bocejando.
Manuel da Fonseca - Poemas Completos - Portugália Editora
sexta-feira, agosto 14, 2009
Outra(s) Janela(s) do Simão

E gosto de febras que não tive a sorte de comer este ano. Mas as Janelas, adoro-as. As de minha casa nem tanto. Não posso sair por elas. Aí, gosto mais da porta quando o Zé me leva a passear. As Janelas que vou vendo por aí, guardo-as e quando me apetece, coloco-as aqui. Para meu gozo e vosso. Não são mais bonitas que as dele ? V. sabem de quem falo...
A primeira é da BETTIPS. Tirada em Sintra no Palácio Nacional.
As outras são minhas. De Sintra, Lisboa, Montemor-o-Novo. Por aí. Espero que gostem.
(Ele não vai gostar, mas problema dele)
Simão
domingo, agosto 09, 2009
Pequenino por nascer... Para o Tito
ESPERANÇAS
Meu doce menino por nascer ainda,
No breve casulo,brinca em paz, descansa,
Que ao primeiro grito já entras na dança,
Apagam-se os ecos dessa vida linda.
.....
Foram milhões de anos a esperar a vinda
Para o lado de cá, nesta margem de esperança.
Mas mal se te acabe essa ténue bonança,
Vem a tempestade que nunca mais finda...
.....
São anos e anos de sustos, cansaços,
De ilusões perdidas, de outras por sonhar...
De tudo vais ter que suster nos teus braços.
......
Irás aprender que esta vida é um mar...
E seja de prata, seja de sargaços,
Vogarás feliz, se o souberes navegar!...
......
Ilídia Vale - O Rosto das Palavras
Edição da C.M. Vila Nova de Gaia
Etiquetas: Poesia