Poesia
O Mundo é uma selva...
É natural que te apeteça chorar.
Mas se o soluço te abafar a garganta,
Endireita as costas, levanta o queixo e sorri.
Ri mesmo, abertamente.
Frente ao que te considera humilhado
Pois o humilhante é humilhar-se os humildes.
É natural que te sintas só
E te percas na imensidão da tua própria solidão.
Mas quando a solidão fizer eco na tua vida
E te sentires desesperadamente só
E te sentires desesperadamente só
Abraça o ar que te rodeia,
Respira profundamente e lembra-te,
Que a vida é um desafio a longo prazo,
É um poema de heróis.
Não de vencidos.
Tu homem, tu mulher
Nasceram para vencer.
É natural que morras lentamente
Quando te afogas na saudade.
É natural que morras
Quando sentes o passado passar-te pelos dedos
Como nuvens sopradas pelos ventos.
É natural que te vires para trás
Na ânsia de caminhar para o aquém do tempo.
É natural que as lágrimas
Queiram rebentar dos teus olhos,
E os joelhos se queiram dobrar
Ao peso dos passos parados
De quem não sabe por onde andar.
É natural que a indecisão te desespere.
É natural que te sintas confundido nos dias.
É natural que odeies o mundo que te rodeia.
É natural que as pessoas para ti
Tenham o aspecto de estátuas,
Drogados, autómatos, assassinos, ninguéns.
Nenhuma pessoa é ninguém!
Nem tu és o mundo!
O que é o mundo?
Além de tudo, é a força dos gigantes
A espezinhar os fracos.
Fracos amordaçados com a Verdade a espirrar pelos poros
Porque a boca fica muda.
Falta a força, não da Verdade
Mas a força que torna fortes os fracos.
Assim começa esta luta desigual nesta selva da vida.
Na selva só sobrevivem os fortes!
Se te apetece chorar, ri.
Ri, não convulsivamente, mas com serenidade.
Se te apetecer quedar-te estástico a um canto
Sem forças para reagir, levanta-te e prepara-te para agires
Mesmo que não saibas como.
Estático é que não!
Os cemitérios é que estão povoados
De estátuas adormecidas
Nos luares das noites frias.
Não deixes os outros sentir
A extensão da tua pobreza.
Não lhes mostres a simplicidade dos teus trajes,
Nem sequer as tuas ânsias secretas.
Não lhes mostres a tua sede
Nem a tua fome, nem o teu abandono.
Tu, na selva, para sobreviveres
Só tens de lhes mostrar força.
Não de armas.
Força dos fortes.
Dignidade com brilho no olhar.
Se te apetecer chorar, ri!
Se te apetecer fugir, fica!
Se te apetecer acabar, vive!
Se te apetecer comer, espalha as únicas migalhas
Do teu pão pelos pássaros!
Se os teus pés estiverem feridos
Das pedras dos caminhos, dança!
Se estiveres desesperadamente só, olha ao teu lado.
Há algo vivo à tua espera!
Nunca espalhes o teu sangue,
A tua dor, o teu suor, a tua vida, sem luta.
Na vida só sobrevivem os fortes.
Se és fraco terás de deixar de O ser!
Maria Elvira Bento
2 Comentários:
Muito bonito, mesmo!
Bjinhos
Passei por aqui, pois os exames acabaram e agora volto de novo a visitar os amigos
bjo
bom fim de semana
Ana Paula
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