Pai
Para o meu pai, 87 anos, dedicados à Família.
Às vezes, passo horas inteiras
Olhos fitos nestas braseiras,
Sonhando o tempo que já lá vai;
E jornadeio em fantasia
Essas jornadas que eu fazia
Ao velho Douro, mais meu Pai.
Que pitoresca era a jornada!
Logo, ao subir da madrugada,
Prontos os dois para partir:
- Adeus! adeus! é curta a ausência,
Adeus! - rodava a diligência
Com campainhas a tinir!
E, dia e noite, aurora a aurora,
Por essa doida terra fora,
Cheia de Cor, de Luz, de Som,
Habituado à minha alcova
Em tudo eu via coisa nova,
Que bom era, meu Deus! que bom!
António Nobre
"Viagens na Minha Terra" in Só
5 Comentários:
é lindo o poema ! Desses passeios com meu pai recordo um dia em que ele decidiu levar.-e a ver a bola... Fui contrariada porque me obrigou e nunca mais gostei, nem consigo olhar para semelhantes actores...
Simãozinho parece melhor e pelos vistos já lê poesia de Neruda. Bom dia de Pai para ele e seus filhotes !!
Sobre a ida à bola há uma história " engraçada". O meu pai foi guarda-redes do Sintrense durante 17 anos. Um dia queria que eu fosse vê-lo jogar a Alverca. Não me recordo porquê, mas não quiz ir. E levei tareia...
Mas não ficámos zangados por isso.
Lembro algumas coisas do meu pai. a maioria preferia esquecer. Apenas lembrar o Homem.
Beijosss
Reli os teus posts para trás, é uma mania engraçada "dar uma vista de olhos" tal como pôr a conversa em dia! O menino foi ao baile das Camélias? Ou lembrou-se de outros tempos, fugazes, como essas flores... Abç
Pelo dia dos pais e de são José,
deixo aqui muitos beijões
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