Pessoa
Fernando Pessoa
Teu canto justo que desdenha as sombras
Limpo de vida viúvo de pessoa
Teu corajoso ousar não ser ninguém
Tua navegação com bússula e sem astros
No mar indefinido
Teu exacto conhecimento impossessivo.
Criaram teu poema arquitectura
E és semelhamte a um deus de quatro rostos
E és semelhante a um deus de muitos nomes
Cariátide de ausência isento de destinos
Invocando a presença já perdida
E dizendo sobre a fuga dos caminhos
Que foste como as ervas não colhidas.
Sophia de Mello Breyner Andresen - Cem Poemas de Sophia - Visão JL
3 Comentários:
Maravilhoso e amado Pessoa nas palavras tão bem escolhidas e postas por Sophia.
Beijo, Zé
ja lembrei Pessoa e o Livro do desassossego...
um abraço
Belo poema de Sophia! Beijos.
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