Invernia
INVERNIA
Traz o vento do mar tempestades escuras
e canta ladainhas de Inverno nos pinhais:
faz noite - dia e noite - em todas as casas.
Passa um gemido pela costa - tá mar !
(Só nos peitos rugem marés-cheias de largada,
só os olhos são barcos a navegar...)
E todo o Inverno, de cabeça tombada
como barco inútil varado de mágoa,
fica na praia um pescador enorme:
- tem um pé na areia, o outro na água,
nas mãos uma sardinha podre
e nos olhos o sal de todos os mares!...
Manuel da Fonseca , « Poemas Completos » Portugália
5 Comentários:
Acho q lá ao fundo até consigo ouvir a tua voz a dizê-lo!
Beijos
A fotografia é maravilhosa!! Beijos.
Poema e foto....o mar e a rebeldia da estação....tudo num mesmo clima e sintonia.
Um beijo, zé.
Eu até gosto de uma chuvinha tocada a vento; ficar em casa no quentinho a ouvi-la-não há melhor. Claro que a minha sobrevivência disso não depende como a do pescador do poema que postaste. A foto...mais uma vez divinal.
Apesar do tempo assim, sabe bem desfrutar de todos os instantes. O Inverno tem a sua beleza.
beijo patudo
Ana Paula
passa no meu canto pois tenho coisa novas de que vais gostar (penso eu :)))
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial