sexta-feira, dezembro 15, 2006

Vento(s)

O VIANDANTE

Trago notícias da fome
que corre nos campos tristes:
soltou-se a fúria do vento
e tu, miséria, persistes.
Tristes notícias vos dou:
caíram espigas da haste,
foi-se o galope do vento
e tu, miséria, ficaste.
Foi-se a noite, foi-se o dia,
fugiu a cor às estrelas:
e, estrela nos campos tristes,
só tu, miséria, nos velas.

VENTO

As palavras
cintilam
na floresta do sono
e o seu rumor
de corças perseguidas
ágil e esquivo
como o vento
fala de amor
e solidão
quem vos ferir
não fere em vão,
palavras.

Carlos de Oliveira, 1921-1981

3 Comentários:

Às sábado, 16 dezembro, 2006 , Blogger Maria disse...

Estrela

Legenda
para aquela estrela
azul
e fria
que me apontaste
já de madrugada:
amar
é entristecer
sem corrompermos
nada.

Carlos de Oliveira

Beijosssssss

 
Às sábado, 16 dezembro, 2006 , Blogger bettips disse...

Tão lindo, aqui! Fontes, poetas, bichos, azulejos, casas antigas...Abç

 
Às segunda-feira, 18 dezembro, 2006 , Blogger Maria Carvalho disse...

Belos poemas!! Beijos.

 

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