sexta-feira, abril 20, 2012

668 - Cães e outros bichos

Texto de Sérgio Luís de Carvalho, publicado no Jornal de Sintra



Tenho por hábito guardar alguns jornais. Depois quando tenho tempo e/ou paciência vejo-os todos. O que me interessa recorto e guardo.
Por coincidência, recebi de uma Amiga o texto acima. Ainda não o tinha lido. Agora aqui fica porque o merece. Com um Obrigado a quem o mandou.

P.S. Recomendo vivamente, a quem puder, a leitura de Cão Como Nós, de Manuel Alegre.

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quinta-feira, abril 19, 2012

667 - ACREDITAR



Da newsletter da ACREDITAR - Março 2012

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segunda-feira, abril 16, 2012

Sem número....

Ontem esteve aqui um post. Relacionado com o Titanic. Não sei se foi lido mas não teve comentários. Se os tivesse, respeitava e não tinha apagado. Como não havia, achei que não fazia sentido e apaguei.
Não sou supersticioso (talvez um pouquinho...) mas detesto certos números. Nem vale a pena explicar. Por outro lado, adoro outros. O preferido, 0955. Não podendo ser, o 955. E se também não puder ser, o 55. (por alguma razão todos os livros que tenho estão assinados na página...55.)

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Ontem vi, em televisão, duas entrevistas com a mesma pessoa. Gostei do que ouvi e do que aprendi. Mas fiquei com uma mágoa imensa. Em todas as conversas houve omissões (a meu ver graves) e exageros também (por desconhecimento, má informação, não sei...). Ficou o essencial. A mesma admiração por um Homem que sabe Viver . E o faz com Alegria, tentanto fazer os outros Felizes, Obrigado por isso.

sexta-feira, abril 13, 2012

665 - Palavra Puxa Palavra - Reticências...

A foto em "Palavra Puxa Palavra" - Reticências...

«Assim pousamos... Sem glória, inesperadamente. Alguém, sem sentido de orientação, veio bater nos sinais que deviam orientar.
E depois disto assistimos, incrédulos, aos carros que seguindo as "novas direcções" foram parar a um pequeno vale que mais parece um pântano.
Assim pousamos, desorientados. Esperando que nos coloquem, de novo, no nosso lugar»

Assim estamos, de novo, no nosso lugar. É verdade que trocaram a ordem de algumas placas, juntaram cores, deram um ar "de modernidade". A Portela está alí a mais pois não é só em frente. É em toda a volta e do lugar de onde vimos. Mas enfim...Talvez seja só a indicar o Parque de Estacionamento.
O Tribunal, logo a seguir (virem à Direita, atenção) é o célebre Tribunal que condenou um autarca, que ainda anda por aí a presidir noutro Concelho. Coisas de Tribunais...
Se quiserem ir para as lindas praias da Ericeira, Lisandro, Ribeira de Ilhas, etc, não sigam Praias.
Vão por Mafra, Ericeira que a visita é bonita.

As Praias (placa castanha) que não estão indicadas são, por exemplo, Maçãs, Grande, Adraga, Aguda. E para ir para estas terão que passar por Colares.

Devia haver uma seta em frente, indicando um prédio azul, lá ao fundo. Um grande mistério sintrense. Antiga garagem, foi pintado, recuperado, mas o seu destino é uma incógnita...E ali junto esteve, anos e anos, uma passagem superior, um pouco ferrugenta. Sem perigo de ruír. Estava feia na verdade, mas era muito útil. A CMS retirou-a, pintou-a (dizem) mas os juristas devíam andar distraídos. Agora não há autorização para a recolocar (dúvidas dos proprietários dos terrenos por onde ela passava). E assim " brincam" com o nosso dinheiro. Que parece que só falta para muitos e ainda abunda para alguns. Mistérios de Sintra. Mistérios de Portugal...

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domingo, abril 08, 2012

664 - Folar de Páscoa

Folar de pastelaria

A Páscoa sempre foi importante para mim. Mais do que o Natal. Foi num Domingo de Páscoa que a nossa menina foi baptizada de um modo muito especial. Completamente imersa num tanque, ela recebeu de Deus todas as bênçãos. Que ainda hoje se mantêm. Gastronomicamente falando é o folar a minha referência. Recordo as vezes que ia de comboio a Lisboa, a uma rua da Baixa (Prata ? Augusta ?) com uma oficina de sapateiro num vão de escada. Era lá que o estafeta (recoveiro, no Norte) deixava as encomendas que vinham do Alentejo. E a minha avó Maria nunca se esquecia de enviar na Páscoa três folares ( para além de outras iguarias ). Um com dois ovos para os meus pais e dois, com um ovo cada, para mim e minha irmã. Uma autêntica delícia. Feitos pela minha avó, com um sabor muito diferente dos folares da pastelaria. As saudades que eu tenho desses folares e da Avó Maria.


Para todos vós, os que visitam e comentam, os que visitam e não comentam ( se calhar com razão... ) os meus votos de uma SANTA PÁSCOA.





Publicado em 6 de Abril de 2007

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sábado, abril 07, 2012

663 - A Primavera Escolar

A Primavera vista pelos alunos da Escola EB+1 da Portela de Sintra



























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domingo, abril 01, 2012

662 - 1 de Abril

Dia de mentiras (ou de partidas) - 1º de Abril

E assim, o que se segue, tanto pode ser verdade como não. Fica ao critério de cada um.


No início dos anos 70, o Rui foi meu camarada de armas (felizmente nunca as utilizei) num quartel de Lisboa. Quando nos despedimos (quase trinta e três meses juntos) o Rui fez-me um pedido muito estranho. Entregou-me uma caixa com cartas e fotografias. Disse-me que lhe traziam recordações tristes. Pediu-me para as guardar ou deitar fora, mas sabedor do gosto que eu tinha em guardar coisas (caixas de fósforos, selos, postais, etc) calculou que eu arrumaria aquilo num canto qualquer.
A caixa foi guardada num sótão. Até um dia. Depois, dias e dias a ler aquelas missivas todas e a tentar perceber as razões de um e de outro. Havia um senão: só havia cartas de um lado.
A última carta que o Rui recebeu (e que o deve ter deixado de rastos) era esta:

Algures em África, 20/07/70
Rui Manuel
Recebi hoje a tua carta. Como tens passado? E os teus ?
Olha, tenho a dizer-te que vou casar em breve e por isso esta correspondência terá de acabar, não ficas zangado pois não?
Se quiseres escrever mais uma vez, escreve para a Caixa Postal XPTO-capital da província.
A tua irmã Tânia como está? E essa tropa?
Com amizade
Íris Maria

Não sei se o Rui escreveu ou não para a Caixa Postal. Nunca mais soube nada dele.

Passados todos estes anos, aparece-me uma carta, misteriosa para mim, e dirigida ao Rui.

Algures em África, 1 de Abril de 2012

Olá Rui Manuel
Possivelmente nem te lembras de mim. Já lá vão 40 e tal anos... A última vez que te escrevi, Julho de 1970 comuniquei-te o meu próximo casamento. Que se realizou, na Igreja da Sagrada Família, naquela capital de Província Ultramarina (a designação daquele tempo) exactamente um mês depois. 20 de Agosto de 1970.
Nunca te esqueci, Rui Manuel. Como podia isso suceder depois de três anos de cartas e cartas, enormes, escritas a altas horas da noite na residência de estudantes onde eu morava naqueles tempos. (a minha colega de quarto, inglesa, dormia profundamente...) Cartas de amor também, que eu sabia existir entre nós (Pafuncio e Ulisses, os nossos "filhos", têm saudades tuas)
Mas a vida, ou o destino, ou o que quiseres, tem outros planos. Teve outros planos. Regressei daquele país estrangeiro onde estudava, voltei para casa e aqui conheci o que viria a ser o meu marido.

(Tu, tão longe, como poderíamos "funcionar"? Hoje talvez fosse diferente...)

A profissão do António Gustavo, Engenheiro Agrónomo, fez com que fixasse a vida aqui. E aqui ficámos. Em Outubro de 1975, anos de guerra e bem feia, ainda pensámos ir para Portugal. Afinal ambos lá tínhamos nascido. Nunca o fizemos. Apenas registámos o casamento em Lisboa e temos dupla nacionalidade.
Temos três filhas, duas casadas, quatro netos. E vivemos bem. Felizes.

(Será a Felicidade um Dom Supremo a alcançar? Discutimos isso, parece-me)

Os meus irmãos e a minha irmã seguiram vidas diferentes. Não vou falar neles. Estão bem.
Gostava de saber se os teus pais (Mário e Ermelinda, creio eu) ainda estão vivos?
E gostava de saber de ti. Acredita que sim. Apesar das circunstâncias, ainda tens um lugar muito especial no meu coração.

(Um dia tive um sonho estranho. Ano de 2026, mês de Maio, oitenta anos, estou a assistir ao casamento da minha neta Clara. O noivo, de nome Jorge T., nascido em Portugal em 2006, teve como padrinho o avô Rui Manuel. Como gostei daquele casamento, embora sonhado.)

Não há Caixa Postal para enviar esta carta. Fica aqui, neste espaço. Será que alguma vez irás ler isto?

Com amizade
Íris Maria


Por mais que tente, pesquise, peça ajuda, não consigo encontrar o Rui. Gostava de lhe comunicar o desejo da Íris.

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